O fato do Estado de São Paulo viver uma grave crise hídrica, especialmente na região metropolitana e outras áreas do entorno, tem sido amplamente divulgado e já notamos em nosso dia a dia, junto dos mais de 1.500 clientes que atendemos, a preocupação e alterações de rotina decorrentes deste fenômeno administrativo e climático.
Entre os principais riscos associados a escassez de água, para o ramo dos serviços de alimentação, temos:
a) a possibilidade de restaurantes, lanchonetes, supermercados terem que operar, trabalhar em seu dia a dia, sem oferta garantida ou abundante de água;
b) a possibilidade de alguns estabelecimentos, que podem acessar outras fontes de abastecimento, como água transportada por caminhões pipa ou mesmo pela ativação de poços (artesianos ou não) ou mesmo outros tipos de soluções alternativas (minas, etc), passem a utilizar água que não tenha qualidade adequada para consumo humano;
Em decorrência de falta de água, os estabelecimentos vivenciariam (ou já vem vivenciando) dificuldades para higienização de seus ambientes de trabalho e utensílios, tarefa na qual a água é evidentemente um elemento central. É fácil imaginar um enorme aumento dos riscos de surtos de toxinfecção de origem alimentar decorrentes de uma precária ou improvisada higienização dos ambientes de restaurantes, lanchonetes, padarias e mercados, em virtude da falta de água.
Entretanto, também há riscos para os estabelecimentos que encontram formas de “equilibrar” a oferta de água através de caminhões pipa, poços artesianos, poços rasos ou mesmo outras fontes: a qualidade destas águas deve sempre ser investigada, acompanhada e garantida, caso contrário, de mesma forma que diante da escassez de água, os surtos de toxinfecção de origem alimentar podem surgir, desta vez pelo uso de água que não atenda aos padrões de segurança alimentar.
Em um post anterior, de janeiro de 2014, tratamos da qualidade da água de poços e trata de como fazer o controle da qualidade da água oriunda de soluções alternativas de abastecimento, como os poços artesianos: Leia mais aqui.
Vale a pena relembrar e destacar, que é permitido o uso de poços artesianos como fonte de água para consumo humano, desde que sejam cumpridos alguns pré-requisitos, dentre os quais: realização de análises da água para demostrar a potabilidade da mesma, existência de um profissional da área da saúde responsável pela operação do poço e, principalmente, cadastramento do poço junto a vigilância sanitária local.
Nada disso é “tarefa de outro planeta”, como alguns comerciantes temem. É possível, com um pouco de paciência, auxílio profissional e investimento, tratar a água e regularizar a maioria dos poços de água, o que inclusive, atualmente, parece ser incentivado pelos orgãos estaduais que vem divulgando, por exemplo, a isenção da cobrança da taxa de esgoto dos usuários que procurem regularizar seus poços de água no período da crise hídrica que vivemos (leia mais clicando aqui).
Em resumo, avaliamos que o desabastecimento é iminente em algumas regiões e já presente em outras, com redução da oferta de água pelos sistemas públicos. Como consequência, muitos comerciantes já vem buscando soluções alternativas, passando a fazer uso de águas de poços, algumas vezes, não regularizados. Seria uma ótima época para que a adequação destes poços fosse realizada, inclusive pelos incentivos governamentais, que sinalizam com a agilização e desoneração do processo.